Companhias ganham capilaridade com novos centros de distribuição
27/11/2020 / Por Jadlog
Companhias ganham capilaridade com novos centros de distribuição
Ordem é descentralizar estoques, ampliar frota e diversificar malha de transporte
Por Roberto Rockmann — Para o Valor, de São Paulo
27/11/2020 05h01 Atualizado 2020-11-27T08:02:01.096Z
1 de 1 Alex Szapiro, presidente da Amazon: “Essa expansão nos ajudará a aprimorar atendimento aos clientes brasileiros” — Foto: Leonardo Rodrigues/Valor
Alex Szapiro, presidente da Amazon: “Essa expansão nos ajudará a aprimorar atendimento aos clientes brasileiros” — Foto: Leonardo Rodrigues/Valor
A mudança de patamar das vendas do comércio eletrônico no Brasil está levando a diferentes estratégias da logística de entrega dos produtos.
Grandes empresas estão investindo em novos centros de distribuição, descentralizando estoques, ampliando a frota e diversificando a malha de transportes, o que inclui até aviões, caso do Mercado Livre. Desta forma, buscam reduzir custos e o tempo de entrega dos produtos. A maior eficiência é também trunfo em um momento em que o frete gratuito em algumas regiões tem crescido.
Com grandes clientes como Mercado Livre, Amazon, Netshoes e Wine, a Jadlog registra aumento de 150% na movimentação de produtos em relação ao ano passado, o que levou a empresa a antecipar investimentos que seriam feitos em 2021 e 2022. Desde a pandemia, a empresa aplicou R$ 20 milhões em mecanização, aquisição de caminhões e reforço de escritórios regionais.
A Jadlog conta com os novos hubs de Joinville (SC), possibilitando a integração da malha Sul; de Vila Velha (ES) agilizando as partidas do Espírito Santo para as regiões Nordeste, Centro Oeste e demais Estados do Sudeste; e de Salvador (BA), integrando a malha nordestina.
“Assim estamos alinhando nossa estrutura às empresas que estão reforçando sua capacidade de entrega e descentralizando a gestão de estoques com maior capilaridade”, afirma o presidente da Jadlog, Bruno Tortorello.
A frota dos cerca de 500 franqueados, que atende cerca de 40 mil clientes espalhados pelo país, cresceu 50% neste ano para cerca de cinco mil veículos. O crescimento do volume de entregas compensou parte do aumento de custos, como aluguel, pressionado pela alta de cerca de 12% do IGP-M em doze meses, e de custos com a força de trabalho, como contratação de temporários ou de equipamentos de proteção, como máscaras e álcool em gel, informa o executivo.
Em linha com a estratégia de descentralizar estoques e ganhar capilaridade, a Amazon anunciou a abertura de novos centros de distribuição em Minas Gerais (Betim), Distrito Federal (Santa Maria) e Rio Grande do Sul (Nova Santa Rita). Assim a empresa passou a contar com oito centros para atender a clientes em todas as cidades brasileiras. A expansão permitirá que mais de 500 municípios tenham entregas a partir de dois dias, com frete grátis e outros benefícios para quem faz parte do programa.
“Essa expansão nos ajudará a aprimorar ainda mais o atendimento aos clientes brasileiros, não apenas nos Estados onde estamos abrindo os CDs, mas em todo o país”, diz Alex Szapiro, presidente da Amazon no Brasil.
A pandemia teve impacto sobre o modal aéreo. Os voos foram reduzidos, o que encurtou a oferta e consequentemente elevou os preços dos serviços. No início da pandemia, a DHL Supply Chain lançou uma linha de transporte rodoviário chamada RodoExpresso, para atender fretes urgentes no raio de até 1,2 mil km no território nacional, como uma alternativa ao modal aéreo, que teve sua capacidade reduzida com a diminuição dos voos para passageiros. “Essa linha serve tanto ao e-commerce como aos demais clientes da DHL Supply Chain e mercado de forma geral. Os setores que mais demandam esta linha são eletroeletrônicos, medicamentos e outros itens delicados ou perecíveis. Em relação a rotas, a grande concentração é no eixo São Paulo e capitais do Norte e Nordeste”, diz Ana Blanco, vice-presidente de operações da DHL Supply Chain. Para a empresa, o crescimento provocado pelo e-commerce se traduziu em um pico de demanda de armazenagem e distribuição, a entrega na porta do cliente.
A expectativa da companhia é que a participação do e-commerce e omnichannel em seu portfólio no país possa dobrar até final do ano. “Especificamente em relação à chamada última milha, ampliamos em 33% a frota dedicada ao e-commerce, além de termos aumentado a equipe em 10% e deslocado colaboradores de outras operações para auxiliar nessa distribuição”, afirma a executiva.
No início de novembro, o Mercado Livre anunciou o lançamento de uma frota dedicada de transporte aéreo, com 4 aeronaves, cuja intenção é a reduzir os prazos de envio dos pacotes no Brasil, além de aumentar a capacidade de entregas para o dia seguinte nas compras de produtos armazenados nos centros de distribuição de São Paulo e da Bahia. Entre novembro e 2021, a empresa irá abrir cinco novos centros de armazenamento e distribuição no Brasil, duplicando a capacidade logística: três em São Paulo (dois em Cajamar e um em Guarulhos), um em Governador Celso Ramos (Santa Catarina) e um em Extrema (Minas Gerais).